quarta-feira, 9 de junho de 2010

Leitura

Minha amiga me emprestou um livro chamado "O amor que acende a lua." Comecei a ler hoje e já separei muitas partes que gostaria de dividir!

"Um velório dveeria ter a beleza do outono, toda a beleza do último adeus. Os oficiantes teriam de ser os melhores amigos. Que sabem os profissionais da religião da beleza que morava naquele corpo? Quanto a mim, não desejo ser enterrado em ataúde. Sofro de claustrofobia. A ideia de ficar trancado numa caixa me causa arrepios. Acho a cremação um lindo ritual. Neruda declarou que os poetas são feitos de fogo e fumaça. As cinzas soltas ao vento, lançadas sobre o mar, colocadas ao pé de uma árvore, são símbolos da leveza, da liberdade e da vida. Teria de haver música, do canto gregoriano ao Milton. E poesia. Nada de poesia fúnebre. Cecília Meireles para dar tristeza. Fernando Pessoa para dar sabedoria. Vinicius de Moraes para falar de amor. Adélia Prado para fazer rir. E Walt Withman para dar alegria. E comida. De aperitivo, Jack Daniel's. Ainda vou contar a estoria do Jack - estória de amizade. Comida de Minas. De entrada, dopa de fubá com alho, minha especialidade. Depois, frango com quiabo, angu e pimenta, a mais não poder. E, de sobremesa, minhas frutas favoritas, se sua estação for: caqui, manga, jabuticaba, banana-prata bem madura.
Coroas de flores mortas, nem pensar! Pedirei aos que me amam que semeiem flores em algum lugar - um vaso, um canteiro, à beira de um caminho. Se não for possível, que distribuam pacotinhos de sementes entre as crianças de alguma escola, entre os velhos de algum asilo. E se for possível, uma árvore. Ah! Que linda prova de amor é plantar uma árvore para alguém amado, ausente, possa se assentar a sua sombra."

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